Hoje, no mundo virtual, esbarrei numa pessoa pedindo sugestões de ideias para TCC. Não conheço a pessoa, mas, sabendo que as ideias funcionam muito melhor quando a gente que as tem (ou pelo menos se convence até certo ponto de que elas são “nossas”), resolvi escrever esse meta-texto, dando ideias sobre como ter ideias. Vem que hoje o barato tá bom!
Pode haver muitas outras opções, longe de mim delimitar a criatividade, mas tem duas abordagens do balaco-baco para se ter ideias, em especial no campo da tecnologia. Para evitar a ansiedade, eis as tais: solução de problemas e ficção científica.
O que? Você pode estar se perguntando. “de problemas já estou cheio, e na verdade prefiro livros baseados em fatos… aliás, você acaba de me tirar do foco!”
Sim, ocupado leitor, vamos logo ao que interessa.
Pode parecer surpreendente que estejamos quase na marca de 8 bilhões de pessoas no mundo, ou que no Brasil há 109 celulares para cada 100 pessoas, mas um número que supera tudo isso de longe é o número de problemas que você vai encontrar. Faz o exercício aí: se começar contar os seus, vai faltar dedo para enumerá-los rapidinho. Agora imagina na sua família, escola, empresa, comunidade, país; aliás, não imagine tudo de uma vez porque vai acabar se sentindo esmagado.
A ideia aqui, agora que concordamos na quantidade de problemas disponíveis por aí, é escolher um nicho e explorar os seus problemas! Por exemplo, na universidade pode existir um sistema ineficiente de retorno de livros, disciplinas desatualizadas, desmotivação dos alunos, questões de infraestrutura — já deu né. O pulo do gato nesse caso, não é te desanimar porque o mundo está difícl, mas sim usar isso como combustível para gerar ideias.
O que já está indo bem pode não precisar de coisa nova, mas, onde há um empecilho, sempre há espaço para alguma novidade ser tentada. Por isso, se você quer ter ideias, ao invés de tentar fazer algo brotar do vácuo, observe o seu redor e tente pensar que coisas poderiam ser melhoradas. O “como melhorar” será o composto da sua ideia.
É bem possível que vocẽ esteja confuso nesse ponto do texto. Jetsons não era bem o que você esperava num texto sobre ideias, certo? Bom, fico feliz em revelar que o conteúdo não inclui minhas preferências culturais.
Na verdade, o que acontece é que a ficção tem um efeito muito interessante, que é mexer com aquele nosso sentimento de “e se?”. É como uma criança sonhando acordada, o “e se o carro voasse?” vem natural e sem julgamentos. No dia-a-dia ficamos tão acostumados com a dureza do mundo, que por vezes nos acostumamos a pensar que “isso não dá pra fazer”. Por isso, a proposta da ficção é justamente jogar fora esses julgamentos, entrar num mundo de “e se” completo, até chegar no absurdo. Depois você vai desconstruindo, removendo as partes pouco factíveis em termos tecnológicos, dada a sua quantidade de recursos disponíveis.
Por exemplo, vamos imaginar um mundo de ficção urbano. Os carros são 100% autônomos, tem impressoras de comida dentro deles, os semáforos são todos sincronizados, você envia comandos de pensamento para o carro e ele já sabe para onde te levar. Muito disso está distante, outro tanto bastante próximo, e alguma parte disso já é normal hoje, como o semáforo sincronizado. Já há inclusive cidades brasileiras usando este tipo de tecnologia.
Então o ponto com a ficção não é para se divertir ou perder o foco, mas sim permitir-se pensar tão fora da caixa, que você esquece que um dia sequer teve caixa. Depois você vai voltando ao centro, e encontra a sua ideia legal e factível ali, quietinha no meio das outras.
Você pode ir do problema para a ideia, ou ir da viagem-na-maionese para a ideia. Se você é um solucionador de problemas nato, a primeira opção pode ser melhor; se você vive viajando no mundo da lua, ficção na veia! Se nenhuma opção foi marcante, por que não tentar as duas? (se tentar, conta aqui depois como foi!)
E você, tem algua ideia legal sobre ter ideias? Compartilha aí!
Obrigado pela leitura.